Nos últimos dois anos, os funcionários ganharam muito em termos de flexibilidade e qualidade de vida, mas esse movimento pode estar chegando ao fim.
Nos Estados Unidos, níveis historicamente baixos de desemprego e a necessidade dos empregadores de contratar e reter talentos fizeram com que os empregados pudessem exigir mais.
Do trabalho remoto a melhores salários, as expectativas dos colaboradores aumentaram e as organizações tiveram que se adaptar a essa demanda, porém tudo isso pode estar mudando.
À medida que a economia aperta e as empresas anunciam demissões, os funcionários estão ficando preocupados com a segurança dos seus empregos.
E aí fica a questão, será que os empregadores ainda vão oferecer flexibilidade, benefícios, remuneração e programas? Eles ainda vão investir em uma cultura que coloca as pessoas em primeiro lugar?
As pessoas estão preocupadas e inseguras em relação a seus empregos.
De acordo com uma pesquisa da plataforma de pagamentos Conductor, foi descoberto que as buscas por “demissões em massa” aumentaram 1.000% desde o ano passado, enquanto as buscas por “demissões de empresas” aumentaram 650% e as buscas por “redução da força de trabalho” aumentaram 50%.
A situação econômica, a inflação e os anúncios de empresas sobre desligamentos de funcionários continuam dominando o noticiário.
Um dos benefícios do alto desemprego para os funcionários tem sido a capacidade de exigir uma melhor experiência de trabalho e mais flexibilidade de onde, como, quando e quanto eles trabalham.
A grande questão será se esse trabalho híbrido e remoto sobreviverá a um aperto no mercado.
Os funcionários podem precisar ajustar suas expectativas em relação ao trabalho flexível, mas as empresas que repensarem os níveis de flexibilidade devem fazer isso considerando suas implicações.
Embora as empresas possam querer funcionários no escritório com mais frequência e por mais horas, também é importante perceber que o trabalho híbrido e remoto trouxe grandes benefícios para empregados e empregadores. Veja alguns:
Quando os funcionários têm mais opções e autonomia, eles tendem a ser mais motivados e engajados. Além disso, quando têm alguns dias por semana com mais flexibilidade de horários, eles podem investir esse tempo no trabalho – seja no escritório ou de qualquer outro lugar.
Mais opções de modelos de trabalho também podem reduzir o estresse dos funcionários. Ter um dia em que eles não precisam se deslocar proporciona mais tempo para exercícios, consultas médicas ou atividades com os filhos – e quando as pessoas têm mais tempo para todas essas coisas o estresse é reduzido – e é possível ter mais foco no trabalho.
Quando as empresas oferecem mais flexibilidade às pessoas, passam a mensagem de que confiam nelas e reconhecem que suas vidas são complexas – e, como resultado, contribuem para uma maior atração e retenção dos talentos.
Quando as pessoas recebem mais, elas tendem a dar mais em troca, então, quando as empresas oferecem opções para os funcionários, eles têm sentimentos mais positivos em relação à organização e podem até trabalhar mais para ela.
O debate sobre qual o melhor modelo de trabalho, remoto ou 100% presencial, não considera que ambos têm pontos positivos e a melhor escolha pode ser oferecer uma combinação.
Na melhor das hipóteses, o trabalho híbrido traz um pouco dos dois, em vez de uma escolha de um ou outro.
Assim como o trabalho remoto e sua flexibilidade têm vantagens, especialistas afirmam que estar no escritório também é positivo. Quando os funcionários passam tempo juntos, eles têm a oportunidade de se conectar com mentores e colegas para serem lembrados de como seu trabalho é importante para as pessoas da equipe e para a empresa.
Estar no escritório também pode ajudar com inovação, resolução de problemas e um sentimento bom que vem de trabalhar lado a lado com outras pessoas que compartilham os mesmos objetivos.
Quando as empresas tiverem mais poder, será fundamental que forneçam experiências de trabalho positivas com trabalho significativo, flexibilidade e locais de trabalho atualizados (afinal, se o trabalho mudou, os locais de trabalho também precisam mudar).
As empresas precisarão continuar seus compromissos com a diversidade, equidade, inclusão e justiça, além de manter o foco no bem-estar dos funcionários. E elas devem continuar a desenvolver profissionais que liderem de novas maneiras e vão além do engajamento das pessoas para inspirá-las.
Com informações da Forbes Brasil