Abrir o próprio negócio não é mais uma tarefa tão burocrática. De acordo com o Mapa de Empresas do Governo Federal, em julho de 2024, 80% dos 347 mil empreendimentos registrados foram abertos em um único dia. No entanto, ter uma empresa para chamar de sua não é sinônimo de sucesso e prosperidade, pelo contrário: sem a postura certa como empresário, a falência pode vir mais cedo do que o esperado. Para evitar as possíveis armadilhas que vêm com o empreendedorismo, os líderes devem promover uma cultura de melhoria e aprendizado contínuos. Ainda, é preciso manter uma gestão financeira rigorosa, com um planejamento que antecipe cenários adversos e permita uma rápida resposta a mudanças no mercado.
Em um cenário em que vemos um “boom” no empreendedorismo, quase 50% das empresas fecham três anos após sua abertura, conforme apontado pelo IBGE em 2023. O principal motivo para isso, de acordo com 25% dos empreendedores ouvidos em um levantamento do Mapa de Empresas, projeto conjunto entre Ministério do Desenvolvimento e Serpro, foi a má gestão. Contribuindo para esses números, em fevereiro de 2024, um estudo da Serasa Experian revelou que as falências de empresas aumentaram 80% nos últimos dois anos.
“Investir em pesquisa e desenvolvimento para inovar, se adaptar às tendências emergentes, fomentar um ambiente de trabalho positivo e inclusivo e manter um diálogo aberto com os clientes para entender suas necessidades e superar suas expectativas são algumas das atitudes que ajudam na prospecção do negócio”, explica Natal Pinto, profissional com 20 anos de experiência em liderança, fundador e CEO da InMerc Escola de Negócios e CEO da VDPrev Advocacia.
De olho nos sinais
Se não forem evitadas ou corrigidas, certas atitudes podem levar uma empresa ao fracasso em pouquíssimo tempo. Abaixo, o CEO da InMerc aponta cinco, que, em sua opinião, são as que mais colocam os negócios em risco. “É imperativo que os empresários estejam cientes e tomem medidas imediatas para corrigi-las, a fim de garantir um futuro mais estável e bem-sucedido para suas empresas”, reflete ele.
1 – Ausência de plano de negócios e visão estratégica: “sem um plano de negócios bem estruturado e uma visão estratégica clara, uma empresa está fadada a navegar sem rumo em um mercado altamente competitivo. A falta de direção pode resultar em decisões reativas e perda de oportunidades valiosas”, começa.
2 – Má gestão financeira: “investir inadequadamente e não controlar o fluxo de caixa são erros críticos que podem comprometer a saúde financeira de uma empresa. Essa conduta pode levar a problemas de liquidez que são difíceis, senão impossíveis, de superar”, continua.
3 – Ignorar a importância da inovação e da adaptação: “empresas que não abraçam a inovação e a adaptação correm o risco de se tornarem obsoletas. Negócios que não acompanham a tendência do mercado perdem espaço para concorrentes mais bem preparados”, alerta.
4 – Cultura corporativa tóxica: “um ambiente de trabalho desmotivador prejudica o moral dos funcionários e dificulta a retenção de talentos essenciais, o que também acaba respingando nos clientes. Dessa forma, é importante adotar uma cultura positiva que engaje os colaboradores”, ensina.
5 – Negligência das necessidades e dos feedbacks dos clientes: “este é um erro fatal para qualquer empresa. Quando não se leva em consideração as particularidades e necessidades dos clientes, eles tendem a procurar outras empresas que estejam dispostas a ouvi-los e, dessa forma, seu negócio perde credibilidade no mercado”, conclui.